segunda-feira, 26 de maio de 2014

Teu peito: paz do meu ser


Éverton Santos

Sabe aquele peito sobre o qual você se debruça e deixa sua alma se esparramar? Aquele peito de carne e osso onde angústia nenhuma é capaz de criar raízes e frutificar? Aquele peito com cheiro de “eu-te-protegerei-não-importa-o-que-aconteça”, onde bate o mais terno coração que você jamais queria ver parar?
Então...
Tive teu peito ligado ao meu por um momento que parecia ao mesmo tempo eterno e rápido demais. “Eu trocaria a eternidade por esta noite”, pensei enquanto dedilhava silenciosamente a inebriante canção do teu tique-taque cardíaco. Poderia cochilar o sono mais profundo nesta almofada humana, que levitava no compasso de uma respiração tão vivaz que me fazia ainda mais crer que as pessoas não deveriam mesmo petrificar-se: o peito é máquina enérgica; o teu é fonte de carinho perpétuo.
Teu peito, seja na vertical ou na horizontal, tem um quê de magnitude e magnetismo, que pede e recebe meu abraço, que se doa e é dominado pelo toque dos meus braços quando gentilmente se beijam. Teu peito é metáfora do encantamento, da suavidade, do refúgio. É meu laço, nunca meu nó. É meu regaço, meu sossego e meu infinito deslumbramento. Nas sem-razões que há para amar, eu amo. No teu peito, me derramo, em teu abrigo mais que humano encontro a paz.