sábado, 30 de março de 2013

“MUITOS CHORAM, MAS NÃO DESISTEM DE VIVER”




Éverton Santos

Triste coisa é padecer de solidão!
Há tantos por aí que aspiram a sobreviver como eremitas, ensimesmados, diletantes da própria presença, unicamente, sem necessitar desfrutar da existência de mais alguém. Porém, isto equivale a ser o singular habitante de uma ilha que, exaurido da coletividade, cansado de sorrir hipocritamente, decidido a virar casulo, trancafiado numa masmorra, sem meada para uma metamorfose futura, avança contra as vagas da multidão. É. Em tempo de crise de personalidade e de transtornos os mais diversos, me pergunto se também fui contaminado pelo germe da depressão, ou se apenas busco inspiração na palpável matéria que tão bem conheço.
Quem nunca sentiu um abalo no peito, um vazio existencial, um oco que, de tão profundo, faz eco? E que atire a primeira pedra o cavaleiro andante que, por motivo de amor, de dor sem quê nem pra quê, ou de hipocondria, sequer um dia já pensou em largar tudo e se jogar no mundo, no inexprimível por palavras, na esperança de que, quando do regresso, tudo estivesse em seu lugar, como acontece após faxina de fim de semana! Afinal, as noites traiçoeiras também têm fim, dizem...
Quem já se olhou no espelho e não se reconheceu? Quem já dormiu sem vontade de acordar no dia seguinte? Quem já achou que jogar tudo para o alto era remédio e cura, quando o pior veneno era segregado dentro de si? Sim. Existem espelhos que se voltam para fora e para dentro, e as faces que se mostram são tantas quantas queiram refletir: há quem sorria quando se implode de tristeza; quem dissimule bem-estar quando a vontade é sair esganando meio mundo e mandar o que reste para o quinto dos infernos; há quem suspire e irradie ternura quando as forças se concentram para inibir os freudianos impulsos de morte. Mas, afinal, qual o espelho que reflete, sem mentir e fielmente, a verdadeira identidade do fragmentado indivíduo pós-moderno?
Porque... porque a vida é um combate incessante do qual não se deve desistir...
E a solidão, onde guardá-la, como saná-la, por que liquidá-la, quando amá-la? E o que fazer com o que está vazio e apenas preenchido pela melancolia? Ah, joga fora no lixo, faz uma festa no apê, porque há tanta vida lá fora, e, mesmo caminhando contra o vento, sem lenço, sem documento... Eu vou! É! O céu não está mais gris! E eu quero apenas ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar!
É que somente quando se atravessa o vazio do deserto torna-se possível guerrear com a aridez da vida. E só quem se descobre vivo além do próprio umbigo é capaz de perceber que cada manhã não é convite, mas carta de intimação.
E o sorriso continua a ser o cartão postal mais sublime para por fim a qualquer solidão.

sexta-feira, 22 de março de 2013

ARIDEZ BRASILEIRA



Luciana Almeida

O calor fervoroso impede o contato dos pés e o solo árido, pobre, sem uma gota d’água para ao menos umedecer a visão encoberta pelo redemoinho cálido de areia. A seca já se faz tão perene que amortalhou o instinto dos equinos, agora raquíticos, de tanto queimar calorias na busca do comer e do beber com seu galope agora pifado. A família que morava à beira da plantação de mandacaru tinha sua quietude consolada pelo fio da esperança que residia num outro mundo. Este é um mundo, o da seca, separado dos outros, porque mundos existem vários. Uns são prazerosos, outros infernais. É por isso que muito falam sobre os infernos, eles são a última chamada da morte, uma irrupção sem voltas. À noite do sertão não tinha lua nem estrelas e, como a chegada do crepúsculo amenizava insignificativamente a temperatura, tinha-se dificuldade para acender o candeeiro, mas logo o inferno voltava devido ao calor que tirava férias por alguns míseros segundos. E, finalmente, a chama era incrustada firme e forte, capaz de transformar o sonho da pouca frescura num tenebroso pesadelo que ciciava nas folhas caídas na terra de ácido sulfúrico.
Essa realidade parece não ter a menor importância; mudam-se os governos, mas não o descaso. Criar uma legislação infraconstitucional não adianta, pois se o que ali já está há muito preconizado, porém esquecido na prática, que dirá algo novo e tão esquecido? Talvez esse senso de incômodo desperte vez ou outra, uma vontade de sossegar o espírito engajado, deixá-lo morrer, assim como os equinos que cessam sua busca sem expectativas. Porém, os poderosos também são áridos, vazios. Mais áridos que qualquer pedaço de terra desnutrido.
Muito temos a invejar dos europeus, uma terra fria, onde a chuva ou neve não tarda e está quase sempre preparada para a plantação. Aqui, em terras brasileiras, a seca do sertão é a dor que mais verruma, dor localizada nas casas de palafita onde só existe areia para respirar. O dia é sempre o mesmo, as famílias voltam sempre com a esperança frustrada da gota d’água não presenteada pelas nuvens. Anoitece devagarzinho. Como de praxe, a palma é cortada e torrada numas gotinhas de óleo. Não há muito que fazer. O procedimento é simples. Após três ou quatro minutos a janta fica pronta. Cada um com o seu garfo são alimentados ali mesmo, sem pratos e formalidades, no fogão de lenha que faz do calor uma ebulição. Todos sempre calados. É momento de reflexão e os dias se repetem na monotonia e decadência.
Muito devagar, mas com intensidade, o nosso cérebro vai assimilando o peso de tanta miséria que atravessa os tempos e inserem-se em incontáveis volumes. Ceguemos os olhos, afastemos a razão e a emoção, entremos, enfim, no amargor do mundo. O inferno continua, até quando, não se sabe.

OH MUNDO TÃO DESIGUAL




João Paulo

No Brasil fevereiro rima com Carnaval. É uma grande festa, todo mundo sai da sua cidade à procura de diversão. As mais tradicionais são Recife, com o frevo, Salvador, com os trios elétricos e São Paulo e Rio de Janeiro, com as imponentes escolas de samba. Sem dúvida, é o momento de divertir-se, de extravasar catarticamente as impurezas da psique. Eu, no entanto, com o sou um chato escritor (chato porque escritor e escritor porque chato) preferi ficar em casa e aproveitar melhor essa semana de folga, tenho alguns livros para arrumar na estante, alguma leitura atrasada e algumas crônicas para terminar e enviar para o jornal.
Ou seja, tinha muita coisa para fazer e não podia perder tempo numa festa anárquica e banal. Pensando o Carnaval como fonte de inspiração, tentei escrever algo. Logo fui levado pela condição de masculinidade e pelo excesso de testosterona a vislumbrar as lindas passistas das escolas de samba semivestidas, ou, melhor, seminuas, sambando sensualmente... Nossa, é muito excitante o Carnaval! Mas, enquanto para alguns dá alegria, para outros o que sobra é a tristeza. O Carnaval não é uma festa democrática: é preciso ter dinheiro.
E se esquecem dos excluídos, dos desempregados, dos marginalizados, dos sem-teto. Dizem: “É Carnaval, poxa!”, como se resolvessem por um momento os problemas crônicos do Brasil.
Agora vejo que isto não é uma crônica, e não era essa a intenção mesmo: é apenas mais uma indignação de um escritor chateado...

CAFÉ DA MANHÃ




Flávio Passos

Segunda-feira, cinco horas da manhã. Acordo, tomo banho e vou trabalhar. Como sempre, saio sem tomar meu café da manhã (e mamãe sempre diz que essa é a refeição mais importante do dia, pois sua função é repor as energias perdidas durante a noite).
Saindo de casa, vou para o ponto de ônibus, que fica na famosa Praça da Igreja Matriz. Enquanto espero a chegada do ônibus, avisto uma família de desabrigados que forma um grupo de sete pessoas: um homem, uma mulher e cinco crianças. Acredito que os adultos sejam os pais daqueles pequenos. A mais velha dentre as crianças deve ter no máximo dez anos. É a única acordada e chora muito. Ela está sentada sobre um papelão sujo ao lado de seus irmãos deitados espremidos um atrás do outro como sardinhas dentro da lata. Ela fala para a mãe que sua barriga dói muito. A mãe, com um bebê no colo, manda a pequena voltar a dormir, pois, dessa forma, a barriguinha vai parar de doer.
Meu ônibus chega, subo, e me aconchego em uma poltrona. Ainda com a cena familiar na cabeça, constato a importância do café da manhã de que mamãe sempre fala. Ele é essencial para o nosso dia pelo poder que tem de repor as energias que perdemos durante o sono. Porém, tal como a família me fez ver, algumas pessoas não têm o direito de repor suas energias pela manhã, não por optarem por não se alimentar, mas sim pela miséria em que vivem e que passam a carregar nas costas assim que são jogadas dentro desse mundo tão desigual. Essas pessoas não precisam de uma “esmola” mensal para que seja extinta a fome, esse mal que a humanidade ainda segura pela mão. Precisam, sim, de oportunidades. E a nós compete quebrar essas divisórias que forma a desigualdade social, destruí-las como foi feito com o Muro de Berlim e construir um mundo melhor combatendo os salmões que impedem a felicidade dessas indefesas sardinhas.
A partir desse dia, não saio de casa sem tomar meu saboroso café da manhã.

- TU VAIS NOS DEIXAR MORRER?



Éverton Santos

       Pela manhã, o peixeiro passou aqui em casa e trouxe a encomenda da minha mãe. Como ela não estivesse, fui buscar a penca de peixes, uns seis, unidos todos pela boca por uma palha verde de palmeira. Segurei pela amarração e só então, dado o repentino reboliço quase generalizado por parte dos animais em minha mão, percebi que alguns ainda estavam vivos, frescos, e senti como uma falta de ar: aqueles peixes pediam água, balbuciavam serenamente, lutavam contra a morte, negavam-se a dar o último suspiro, tentavam encontrar forças fora do seu hábitat.
       Foi então que me vi como um culpado, apesar de eu mesmo já ter pescado tantas vezes. Nunca agredi a cadeia alimentar e afinal eu sabia que era fato que os homens comiam peixe, assim como outros tantos animais faziam parte da culinária rica em proteínas que a maioria das pessoas consome. Por um instante imaginei que um instinto vegetariano havia gritado em mim e pedia para que eu encontrasse o lago mais próximo para devolver a vida que se esvaía naqueles inofensivos seres esbugalhados de sede. Contudo, a minha única ação - ou reação? - foi colocá-los num vasilhame, que eu sabia servir como uma maca de hospital, na qual eles, enfim, iriam expirar.
       Fiquei transtornado. A água era essencial à vida dos peixes, e o que era de suma importância para mim? Sem o que eu não viveria? Sem o ar, apenas? Sem a perfeita saúde? Será que assim como aquela palha que unia os animais na hora da morte, estaria eu unido a algo, a alguém, de forma que, sem isso, eu também fosse definhar até o silêncio imaculado do fim? O que há em cada momento vivenciado que me mantém de pé, dando-me suporte para que o vazio não me envolva? Será, me pergunto ainda mais, que podem os peixes me trazer essa dor de cabeça maçante, impregnar meu corpo com um súbito mal-estar?
       Lamento dizer, mas cada um carrega um ponto fraco, cada um traz seu edifício interior, seu espelho machadiano. Dentro de si ou no entorno, há, claramente, para todos, as muletas que amparam e que possibilitam a trajetória facilitada pelo uso de tais artefatos. O ar é para os peixes aquilo que o amor chega a ser para tantos humanos. Assim como o trabalho, a casa, a família, o ego que se satisfaz em si mesmo. Perdendo isso, o que resta? O insosso, o dissabor, o oco impreenchível? E onde o ânimo para recomeçar? Conseguimos, de alguma forma, substituir algo fundamental quando de nós ele é retirado? Teremos nós mais sorte que os peixes? Sabemos sair dos labirintos, nos desenredar das teias de aranha, levantar da cama e começar a contagem a partir da origem, do marco zero?
       É preciso coragem para reencontrar as rédeas, principalmente quando a luz está apagada e o escuro se faz breu. Da chama que se apaga, onde estará Prometeu? Poderia ele me trazer a paz do conhecimento? Oh, Sócrates, poderias tu me ajudar a decifrar esse desafio?
       Lamento, mas acho que a Esfinge me há de devorar.
       Enquanto escrevo, os peixes, na geladeira, já pararam de se debater.

INVENTÁRIO




Christina Ramalho

Estava na varanda do meu apartamento, silenciosa e contemplativa, a imaginar como poderia descobrir as palavras exatas para homenagear os alunos e amigos que dali a dois finais de semana estariam comemorando sua formatura no curso de Letras da Universidade Veiga de Almeida. O céu estava absolutamente azul e, entre visões de prédios e pássaros, o silêncio me parecia sagrado. Nenhuma palavra ousava interromper aquele momento mágico em que a ideia dança etérea e misteriosa, brincando de desafiar o silêncio...
Repentinamente, chegou a meus ouvidos um som familiar: era a vizinha do prédio em frente, abrindo a porta de sua varanda. Impossível não olhá-la. Nossas varandas estão tão próximas que parecem confidentes. Dei-me conta do engano. Não era minha vizinha, mas uma garota de cerca de quinze anos, alta, magra, desconhecida para mim. Ela trazia nas mãos um aparelho de som e CDs. Avistou-me, fez um aceno simpático e continuou a instalar-se entre os vasos de plantas e as cadeiras de vime. Meu corpo tensionou os músculos e quase se virara para me carregar para dentro de casa, mas, não sei por quê, meu coração estacionou ali, e eu me deixei invadir pela novidade que, sem cerimônias, quebrara o precioso silêncio, levando as misteriosas ideias a se esconderem.
Sem a menor timidez, a mocinha ligou o som e, em alto e bom tom, começou a cantar as músicas que se espalhavam varanda afora. Sua voz doce e afinada foi aprovada por meus ouvidos, que, num acesso de rebeldia, abandonaram meus caducos conceitos estéticos e a prepotência que nos faz tantas vezes ignorar os sons do mundo. Aquela menina incrível não cantava, mas dançava feliz como a felicidade deveria ser. Ainda posso vê-la de braços abertos, sacudindo o rabo-de-cavalo, entoando, com verdade definitiva, a música que dizia:

Devia ter amado mais,
ter chorado mais,
ter visto o sol nascer.
Devia ter arriscado mais e até errado mais,
Ter feito o que eu queria fazer.
Queria ter aceitado as pessoas como elas são.
Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração.

O acaso vai me proteger,
enquanto eu andar distraído.

Devia ter complicado menos,
Trabalhado menos,
Ter o visto o sol se pôr.
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos,
Ter morrido de amor.
Queria ter aceitado a vida como ela é.
A cada um cabe alegrias e a tristeza que vier.

O acaso vai me proteger,
enquanto eu andar distraído.

Ah..., meus alunos queridos, pensei, será que poderia lhes dizer que a sensação de ter trabalhado demais pode ser um belo sinal de que houve esforço e dedicação? Será que poderia dizer-lhes que, entre a alegria e a dor, todos os caminhos percorridos nesses três anos nos conduziram à vida porque ela é justamente o somatório dessas duas faces? Poderia eu lhes recomendar que chorassem todas as lágrimas a que têm direito, porque são elas que cedem lugar aos sorrisos? Poderia perguntar-lhes quando chegará o dia em que aceitaremos as pessoas como elas são?
Estava tão entretida nesses pensamentos, que quase não reparei na outra melodia que minha saltitante cantora começara a cantar. Com intensidade, aquela menina abraçava o próprio corpo e deixava as palavras brincarem de acreditar no amor:

Se eu me apaixonar,
tem que ser pra sempre
ou não vou me apaixonar...
E os beijos desses dias
serão quentes, estranhos, fatais...
Terão música e poesia,
como os filmes que não fazem mais...
Se eu me apaixonar,
será sem limites,
ou não vou me apaixonar...
O e o instante em que eu me der
tiver de ser,
vou me apaixonar
por você.[1]

Ah..., meus queridos amigos, será que caberia, em meio a todas as formalidades acadêmicas, ignorar as questões sobre o magistério e o futuro da nação, e desejar-lhes um futuro individual repleto desse tipo de amor pelo qual metaforicamente se morre? Caberia lhes dizer que, acima de todas as circunstâncias profissionais, importou e importa os seres humanos que vocês são e os seres humanos com quem trocarão experiências vida afora? Importaria lhes dizer que pouco contribuirá qualquer trabalho que ignore o valor do ser humano, a importância de sua evolução e de seu direito ao amor?
Minha adorável companheira, mais uma vez, abriu os braços e cantou para o mundo a terceira canção, encaminhando meus pensamentos por rumos inusitados. Com a força da filosofia cotidiana que está impregnada em nossa rotina sem que a vejamos, a canarinha, numa explosão de certezas,  cantou:

Quem espera que a vida seja feita de ilusão,
pode até ficar maluco ou morrer na solidão.
É preciso ter cuidado pra mais tarde não sofrer,
é preciso saber viver.
Toda pedra no caminho, você pode retirar.
Numa flor que tem espinhos,
Você pode se arranhar.
Se o bem e o mal existem, você pode escolher.

É preciso saber viver.
É preciso saber viver.
É preciso saber viver.[2]

É preciso, sim saber viver. isso. Isso apenas. Nada mais. Alguém gritou um nome parecido com Isabela, e a canarinha voou para dentro de casa, deixando-me os ouvidos e as retinas ainda impregnados pelo som e pela imagem que preencheram minha manhã. Adeus, doce canarinha. Obrigada, amiguinha... Continue cantando, quis lhe dizer. Continue cantando por todos nós que temos habitado tão silenciosos nossas varandas impessoais.
Como ela dissera, o acaso havia me protegido enquanto eu me distraía com céu e silêncio, e, agora, eu não precisava mais procurar as palavras. Elas me haviam encontrado. E eis aqui o material de que é feito o intraduzível: o desejo de que vocês, meus queridos, possam guardar nos ouvidos e nas retinas todas as metafóricas músicas que foram cantadas neste palco absolutamente imprevisível que conduz ao magistério.

Rio de Janeiro, 2003.




[1] Letra e música de Rosana.
[2] Letra e música de Roberto Carlos.

sábado, 16 de março de 2013

APRESENTAÇÃO DO BLOG AMPULHETA



     Relógio de areia escorrendo o tempo em micropartículas bailadoras, a ampulheta necessita da mão humana para continuar contando os segundos. Irmã da ampulheta, a crônica também tem suas areias, seus fragmentos do tempo cotidiano, e necessita da mão dos cronistas para se tornar matéria-palavra e dar início ao ciclo infinito tempo-texto-leitor-tempo-texto-leitor-tempo-texto-... Irmanados como pequeníssimos grãos nessa tarefa prazerosa de escrever crônicas, nós ─ Éverton, Flávio, João Paulo, Luciana e eu, Christina ─ que desde dezembro de 2012 nos reunimos em torno da “Oficina de Criação Literária” da UFS, decidimos criar o “Grupo Ampulheta” e, por meio deste blog, dividir com vocês o tempo que captamos com nossas palavras. Assim, a cada semana um/a de nós postará uma crônica, e mais um grãozinho se areia se somará na ampulheta da criação. Esperamos que desfrutem!