Flávio
Passos
[...] há um certo
prazer até no funeral e suas lamentações. Indiscutivelmente a tristeza está
presente pela perda da pessoa, mas experimenta-se um certo prazer, graças à
memória, em recordá-la e vê-la diante de nós em meio aos efeitos de sua vida. (Aristóteles)
Falar sobre a morte de alguém querido é algo que sei pouco,
talvez pela quase nenhuma experiência que tenho. Porém, é algo que me deixa
muito curioso.
Alguns dizem que do pó
viestes ao pó retornarás, outros falam que, após a morte, reencarnamos no
corpo de outra pessoa, além disso, há os que afirmam existir o céu e o inferno.
Ah, o inferno! O reino do Deus Hades e sua esposa Perséfone, deusa da
fertilidade, para onde vão as almas dos mortos depois de seguirem viagem com o
barqueiro Caronte pelas águas dos rios Estige e Aqueronte.
Independente do local para onde vão os recém-mortos, como
será que fica quem realmente amava alguém que se foi? Acredito que seja uma dor
inconsolável e torturante, que perdura durante muito tempo. Saber que não se verá
mais aquela pessoa, não se sentirá mais seu cheiro, não se poderá mais tocá-la,
beijá-la...
Talvez seja como terminar um relacionamento contra sua
vontade. Você tinha todos os momentos a pessoa ao seu lado, riam, choravam,
brigavam, faziam as pazes, dormiam juntos, faziam planos para o futuro, e tudo
fora interrompido. A vida passa a não ter mais sentido, sente-se dividido, fica
faltando uma parte que foi embora e que não vai voltar mais.
No entanto, essa dor gera as lembranças dos momentos em que essas pessoas foram felizes, e eu acho, tal como disse Aristóteles, que a melhor coisa a fazer, nessa situação, é recordar o passado e sentir que tudo que foi vivido valeu a pena.
No entanto, essa dor gera as lembranças dos momentos em que essas pessoas foram felizes, e eu acho, tal como disse Aristóteles, que a melhor coisa a fazer, nessa situação, é recordar o passado e sentir que tudo que foi vivido valeu a pena.
Parabéns pela bela crônica! Rosângela.
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