terça-feira, 6 de agosto de 2013

O TEMPO



Luciana Almeida

Sempre soube que o tempo é um campo de batalha. Às vezes, é feroz, se desliza nos minutos do dia como um anestésico duradouro, às vezes, padece na lentidão e torna cada segundo um calvário de tormento. Hoje algo em minha vida confirma que Epicuro foi feliz em seu pensamento sobre a felicidade. Ter a oportunidade de suprir as necessidades físicas, sem transtornos ou empecilhos, não tem preço.
Mas a filosofia que escolho é outra. A impossibilidade de realização do necessário é um indício de que o tempo precisa ser doloroso, penitente e também rebentar o sossego como um espinho da loucura. O sofrimento e a dor precisam ser entranhados na alma para darmos o devido valor ao mar de rosas quando formado; seja no olhar, no acontecimento de algo inesperado ou numa lembrança incandescente.
Luto contra as noites sombrias e lacrimosas como uma gladiadora que não aceita perder seu escudo. Depois de algum tempo, a coragem murcha e me adapto à situação. Quando não há alternativa, resta apenas aceitar e... esperar, esperar, esperar... Faço do tempo o meu agente transformador, escolho Deus como o meu agente guiador.


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